A Ordem Carmelita tem sua origem no Monte Carmelo na Terra Santa. No século XII, um grupo de europeus, peregrinos ou ex-cruzados, se instalou perto da fonte de Elias. Eles queriam ser eremitas imitando a Cristo nos aspectos solitários de Sua vida terrena. Desejando uma forma estável de vida religiosa aprovada pela Igreja, pediram a Alberto, Patriarca de Jerusalém, uma Regra de vida. Sua resposta, uma simples coleção de regulamentos monásticos e conselhos, passou a ser conhecida como A Regra de Santo Alberto. A sua principal ênfase é uma vida de fidelidade a Jesus Cristo, sustentada pela contínua comunhão com Deus. Este documento continua a inspirar os Carmelitas hoje.
Os eremitas do Monte Carmelo colocaram-se sob a proteção de Maria, a Mãe de Jesus. Em termos feudais, eles a reconheceram como a Senhora do Lugar. Em sua homenagem, eles construíram uma pequena igreja muito bonita. Ao escolher a Santíssima Virgem Maria como Mãe e Padroeira, esses eremitas tomaram o mistério de sua vida e sua união com Cristo como seu modelo ideal de consagração. Com o tempo, as pessoas começaram a chamá-los: Irmãos da Bem-aventurada
Virgem Maria do Monte Carmelo; e depois simplesmente: Carmelitas.
Em meados do século XIII, a situação política instável na Terra Santa forçava os carmelitas a migrar para a Europa. Muitos retornaram aos seus países de origem e tentaram, sem sucesso, seguir a mesma forma simples de vida que viveram no Monte Carmelo. Em pouco tempo, perceberam que teriam que se adaptar em função da situação alterada em que se encontravam. Para sobreviver, eles assumiram um tipo de apostolado mais ativo. Eles se juntaram ao grande movimento mendicante iniciado pelos franciscanos e dominicanos e se estabeleceram em cidades e vilas. No entanto, eles sempre mantiveram a nostalgia do silêncio e da solidão de sua montanha sagrada.
Durante este doloroso tempo, Deus abençoou os carmelitas com um Superior Geral extraordinário, São Simão Stock. Ele firmemente implorou a Nossa Senhora que protegesse a Ordem dedicada a ela. Em uma visão, ele recebeu o escapulário marrom dela como um sinal especial de sua proteção. Posteriormente, a Ordem Carmelita se espalhou por toda a Europa. No século XIV, o estabelecimento formal da Confraria dos Escapulários levou a uma grande expansão da devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo e a confiança nas promessas ligadas ao devoto sinal do escapulário.
Guerras e pragas frequentes, especialmente a Peste Negra que ceifava vidas incalculáveis em meados do século XV, teve efeitos desastrosos em todas as formas de vida religiosa. Um clima geral de declínio parecia prevalecer, apesar dos esforços sinceros de muitos para retornar a um estilo de vida mais fervoroso e generoso. O Beato João Soreth, o Padre Geral da Ordem Carmelita, foi zeloso pela reforma.
Uma das realizações mais importantes do seu governo teria um desenvolvimento mais fecundo e permanente: a instituição da Ordem Segunda ou o ramo feminino do Carmelo.É certo que desde o século XIII, muitas mulheres piedosas se recolhiam em casas particulares, buscando viver, no afastamento do mundo, a prática da perfeição cristã através da oração e da penitência, adotavam como norma de vida a Regra do Carmelo. Não eram, porém, reconhecidas oficialmente como monjas. E atendendo o pedido de afiliação por parte de diversas comunidades femininas que desejavam professar canonicamente a Regra Carmelita, demandou uma autorização oficial ao Papa Nicolau V, o qual acedeu no dia 5 de outubro de 1452, dando às monjas o direito de compartilhar da vida do Carmelo “em toda a sua realidade”.
Os carmelitas seculares se originaram também no século XV. Esta é uma associação de leigos que estão afiliados à Ordem. Essas pessoas continuam com suas ocupações seculares ordinárias com o espírito do Carmelo. A sua "regra de vida" segue os contornos gerais da Regra de São Alberto. Eles têm o espírito essencial da Ordem e participam dos seus privilégios espirituais.
A Palestina em sua história dramática esteve sempre submetida a ocupações contínuas e permaneceu em poder dos turcos até 1917. Hoje o Monte Carmelo forma parte de Israel.
Em 1631, Frei Próspero do Espírito Santo, Carmelita Descalço, conseguiu restabelecer a vida camelitana no Monte Carmelo, onde hoje estão presentes nos dois lugares mais importantes para os Carmelitas: o Convento do Sacrifício, assim chamado em memória de Elias e do desafio que ele fez aos sacerdotes de Baal e o Santuário Stella Maris, Estrela do Mar, berço da Ordem. Por baixo do altar-mor desta basílica, há uma gruta que, tradicionalmente se chama a gruta de Elias.
Parece todavia ouvir-se a voz de Isaías que disse: “A santidade se assentará sobre o Carmelo”, repetido como num eco pelo profeta Jeremias: “Conduzi-os à terra do Carmelo para que comêsseis os seus melhores frutos”.
Tudo isso lembra nossa origem... Não só épocas de profetas e ditos bíblicos. Recorda também as glórias mais puras da Ordem; assinala seu itinerário no tempo e sua coroação na eternidade pelo cumprimento de sua missão.