Grandes ventos de mudança varreram toda a Europa no século XVI. A América havia sido descoberta, muitas nações foram separadas da unidade da Igreja. Dentro das ordens religiosas, almas zelosas procuravam retornar ao ideal primitivo de suas origens. Estes grupos renovados eram conhecidos como descalços. Na Espanha, Teresa de Cepeda e Ahumada do Mosteiro da Encarnação em Ávila, desejando ajudar a Igreja através de uma vida de oração e penitência, esforçou-se por provocar tal renovação entre os carmelitas.
“Determinei-me a fazer este pouquinho a meu alcance, que é seguir os conselhos evangélicos com toda a perfeição possível e procurar que estas poucas Irmãs aqui fizessem o mesmo. Todas ocupadas em oração”.
Em 1562, Teresa fundou seu primeiro mosteiro, o de São José, em Ávila, e mudou seu nome para Teresa de Jesus. Com Nosso Senhor e seus doze apóstolos como modelo, ela enfatizou uma atmosfera familiar e uma resposta generosa ao chamado de Deus. Ela restaurou o "deserto espiritual" do silêncio, da solidão, da pobreza e da oração da tradição carmelita anterior. Ela também reavivou o espírito mariano e profético da vocação carmelita. Infundindo na vida carmelita um novo ímpeto apostólico, dirigiu a vida inteira das monjas ao serviço da Igreja e da humanidade.
Com a ajuda de São João da Cruz, ela estabeleceu uma renovação semelhante entre os frades carmelitas. Tanto S. Teresa quanto S. João, tiveram muito sofrimento na realização do trabalho que Nosso Senhor lhes havia dado para fazer. Com o auxílio de Sua graça, perseveraram inabalavelmente e trouxeram muitas almas para mais perto de Deus. Ambos são agora doutores da Igreja por causa de seus ensinamentos eminentes sobre a vida de oração.
Quando S. Teresa morreu em 1582, havia dezessete conventos de monjas (quinze deles pessoalmente fundados por ela) e quinze dos frades. Dois anos depois, os Descalços tornaram-se uma província separada dentro da Ordem. Em 1590, eles se tornaram uma Ordem independente.